Art,  Art Exhibition,  Art in Europe

Exibição: Gauguin

Data: 11 de Outubro de 2017 a 22 de Janeiro de 2018

Local: AU GRAND PALAIS A PARIS

GAUGUIN

8 de Maio de 1903, depois de ter perdido uma batalha fútil e fatalmente esgotante contra autoridades coloniais, ter sido ameaçado com uma multa ruinosa e uma pena de prisão por alegadamente haver instigado os nativos à insurreição e ter caluniado as autoridades, depois de uma semana de intensos e terríveis sofrimentos físicos passados na maior solidão, um artista que se havia dedicado a glorificar a primitiva harmonia da natureza tropical da Oceania e do seu povo, morreu. Existe uma ironia amarga no nome que Gauguin deu à sua casa em Atuona – “Maison du Jouir” (“Casa do Prazer”) – assim como nas palavras que gravou nas suas madeiras – “Soyez amoureuses et vous serez heureuses” (“Apaixonemse e serão felizes”) e “Soyez mystérieuses” (“Sejam misteriosas”).

Efeitos da Neve (Neve na Rua Carcel), 1882-1883. Óleo sobre tela,
60 x 50 cm. Ny Carlsberg Glyptotek , Copenhaga.

No seu relatório habitual para Paris, o Bispo escreveu: “O único acontecimento digno de menção por estas partes foi a morte repentina de um indivíduo desprezível de nome Gauguin; um artista reconhecido, mas um inimigo de Deus e de tudo quanto envolva a decência”. Foi apenas vinte anos mais tarde que o nome de Gauguin surgiu na pedra tumular e mesmo essa honra ficou a dever-se a uma circunstância curiosa: a campa de Gauguin foi encontrada por um pintor que fazia parte da Sociedade de Faquires Americanos.

A Praia de Dieppe, 1885. Óleo sobre tela, 38 x 46 cm. National Museum of occidental Art Ocidental Tóquio .

Foi apenas devido à presença de alguns viajantes e colonos, que tinham alguma percepção de arte, e à ambição mal disfarçada de alguns dos seus inimigos recentes que, apesar de todo o seu ódio, não se inibiram minimamente de fazer dinheiro com as suas obras, que parte do legado artístico de Gauguin escapou à destruição. Por exemplo, o polícia de Atuona, que tinha supervisionado pessoalmente a venda e que, com as suas próprias mãos, havia destruído alguns dos quadros do artista, os quais supostamente ofendiam o seu conceito de moral, não se absteve de furtar alguns trabalhos e, mais tarde, após o seu regresso à Europa, abriu uma espécie de Museu Gauguin. Como consequência destes seus actos, não permaneceu no Taiti um único quadro de Gauguin.

Oude vrouwen in Arles (In de tuin van het ziekenhuis van Arles)
1888. Olie op doek, 73 x 92 cm, Art Institute Chicago.

A notícia da morte de Gauguin, que tardara quatro meses a chegar a França, fez brotar um interesse sem precedentes, tanto sobre a sua vida como sobre a sua obra. Tornaram-se realidade as próprias palavras do artista acerca da sua fama póstuma. Partilhou o destino de muitos outros artistas, que se viram reconhecidos somente quando já não podiam desfrutar do sucesso. Daniel de Monfreid previra-o numa sua carta, dirigida a Gauguin alguns meses antes da morte deste: “Se regressar, incorre no risco de prejudicar aquele processo de incubação que se está a formar na apreciação pública dos seus trabalhos.

Neste momento, você é aquele artista lendário, que dos distantes Mares do Sul envia as suas obras perturbadoras e inimitáveis, definitivamente obras de um grande homem, que, tal como se vê, é como se tivesse desaparecido do mundo. Os seus inimigos – e, à semelhança de todos quantos agitaram a mediocridade, você tem muitos inimigos – remetem-se ao silêncio: não ousam atacá-lo, nem sequer conseguem pensar em tal. Você está tão longe! Não deve regressar. Não deve retirar aos seus inimigos o osso que têm na boca. Você já se tornou inatingível como todos os outros a quem a morte premiou; você já pertence à história da arte.

Café em Arles, 1888. Óleo sobre tela, 72 x 92 cm. The Pushkin Museum of Fine Arts , Moscovo.

Nesse mesmo ano de 1903, Ambroise Vollard exibiu na sua galeria de Paris cerca de cem pinturas e desenhos de Gauguin, alguns dos quais enviados da Oceania pelo próprio Gauguin, ao passo que outros haviam sido adquiridos por diversos coleccionadores e negociantes de arte. Em 1906, em Paris, foi organizada uma retrospectiva das obras de Gauguin no recentemente inaugurado Salão de Outono. Duzentos e vinte e sete trabalhos (sem atentar aos que não dispunham de número na lista do catálogo) foram exibidos ao público – pintura, arte gráfica, cerâmica e gravação em madeira.

Meninos Lutando, 1888. Óleo sobre tela, 93 x 73 cm. Colecçao particular, Lausanne.

Octave Maus, o maior crítico de arte belga, escreveu nessa ocasião: “Paul Gauguin é um génio da cor, um excelente desenhador, um grande decorador, um pintor versátil e auto-confiante”. Quando se chega à questão de aceitar ou rejeitar o seu credo artístico ou de determinar o seu lugar no campo das artes, os pontos de vista reciprocamente exclusivos e até diversos, expressos por várias gerações de investigadores com gostos estéticos diferentes, são justificados.

Alguns peritos em arte vêem em Gauguin um destruidor do realismo, que denunciou tradições e que abriu caminho para a “arte livre”, seja o Fauvismo, o Expressionismo, o Surrealismo ou o Abstraccionismo. Outros, pelo contrário, têm para si que Gauguin deu continuidade à tradição artística europeia. Alguns dos seus contemporâneos reagiram à sua partida da Europa com desconfiança e suspeição, dado que para esses um verdadeiro artista podia e devia trabalhar apenas na sua terra natal em vez de ir em busca de inspiração numa qualquer cultura estranha e longínqua…

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